Engravidei com
26 anos, foi um susto, mas estávamos muito felizes! Passei a gravidez me
sentindo feliz e mais disposta do que o habitual, trabalhei, dancei e pratiquei
Yoga. Fiz duas mudanças até encontrar a casa que queria passar os primeiros
anos com meu filho. Mudei de médico com 20 semanas, quando conheci o GAMA. Passei
a me consultar com um médico indicado por uma amiga que tem como bandeira o
parto humanizado. (ele não era credenciado no GAMA).
Durante a gravidez fiz
algumas massagens com uma doula, e não fui mais no GAMA pois achei que tudo
estava encaminhado. O pré-natal correu bem, assisti vídeos de parto natural,
aprendi sobre as etapas do trabalho de parto e realmente achei que tria um
parto natural como tanto tão rápido, estava com 38 semanas. Ligamos para o
médico ele sonhava. Comentei de levar minha doula para o hospital ele disse que
não havia a menor necessidade. Aceitei. 24/08/2010: Estava na casa dos meus
sonhos que acabara que mudar, eram 7 da noite, senti um sono descomunal, fui
dormir. 23:30- acordo para fazer xixi, a cama esta molhada: Amor a bolsa estourou!
Nossa... que emoção! óbvio que não estava nada arrumado pois não imaginei que
seria tudo disse para irmos para o hospital com calma. ( não deveria ter ido
tão rápido para o hospital) Arrumei as coisas, tomei banho e liguei para minha
mãe (não deveria ter ligado para minha mãe).
Fomos para hospital, chegando lá,
já com as primeiras contrações fiz o exame para sentir o coração do bebê,
estava tudo bem, fui para o quarto de parto natural. Ficamos no quarto, eu e
meu marido um tempão... às vezes aparecia uma enfermeira, as dores foram
ficando fortes e eu exausta, estava na banheira e lá fiquei. Às 12:00 chegou o
médico e minha mãe. Quando eles chegaram me desconectei, fiquei manhosa,
cansada e minha mãe nervosa com medo da demora de um parto normal (ela fez
cesárea e falou que não teve dilatação e isso poderia ser genético). Fiquei com
medo de perder o controle da situação e precisar de uma cesárea, as horas foram
passando e minha dilatação não passava de 6 cm. Comecei a me sentir pressionada
pelo relógio, os familiares começaram a chegar e eu a ficar cada vez mais
passiva, cansada e com muita dor. O médico me deu anestesia as 14:00,
precisava ficar sozinha, me conectar o quarto estava cheio de gente, tive
vergonha de gritar de ficar de quatro de virar bicho. Achei que as coisas
fossem acontecer “naturalmente”, ou seja, “passivamente”.
O médico não teve o
tato de pedir para que todos saíssem, ele não me chamou para o trabalho de
parto ele ficou conversando, o quarto virou uma sala de estar. Minha dilatação
estagnou em 6 cm desde a chegada do médico, a anestesia me fez dormir,
relaxar... e assim seguiu o trabalho de parto sem nenhuma evolução até as
22:00 do dia 25/08/2010, quando fui levada para uma cesárea. Meu filho estava
bem, eu estava bem, porém desconectada, fui chorando muito, desesperada vendo um
sonho escorrendo pelo ralo, fui dopada, acordei com um tapas na cara ouvindo
olha seu filho! Falei com muito esforço deixa eu segurá-lo, quero ver a carinha
dele, segurei ele por segundos, ele foi para o colo do meu marido, os dois
foram para um quarto e eu dormi enquanto me costuravam.
Acordei em um quarto
com meu bebê, pedi para amamentá-lo sozinha e assim foi, não nos desgrudamos
mais. Chorei muito me senti uma fracassada, por não ter tido o parto como queria,
é uma dor que nunca vai passar, é uma marca na alma. Chorei escrevendo esse
relato pensando que tudo poderia ter sido diferente. Não me conectei e não fui
orientada para isso. Espero ter o próximo parto em casa com muito amor.
Fernanda Lion,
mãe do Otto 3,7 anos.
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